quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sabor que vem do gênero feminino!!!!

 Como sutileza e autenticidade, características inigualáveis são conferidas ás cervejas através de uma flor singular, humulus lupulus. São as flores de lúpulo - e mais precisamente a parte feminina destas flores - que oferecem ás cervejas propriedades únicas de amargor e aroma, percebidos em suas variações de qualidade e intensidade, além disso, os lúpulos funcionam também como conservante natural. 






A origem e o início da utilização das flores de lúpulo na produção de cervejas não são claramente conhecidos, entretanto presume-se que a cultura do lúpulo tenha se dado primordialmente na Europa Central entre os séculos V e VI.

Inicialmente estas flores foram usadas com propósitos medicinais e as mais antigas evidências escritas sobre o cultivo do lúpulo parecem estar relacionadas a um jardim perto de Geisenfeld na região de Hallertau na Alemanha em 736 DC. Em 860 DC, campos de lúpulo foram mencionados em documentos em Gründl perto de Nandlstadt também na região de Hallertau. Outras evidências em documentos datados do século IX ao XII mostram que o cultivo de lúpulo ficava centralizado nas regiões da Bohemia, Eslovênia e Bavária. A utilização de lúpulo em cerveja também já se via registrada nos Países Baixos do século XI. 

Quando a produção cervejeira iniciou-se em monastérios, por volta de 1000 DC, a qualidade das cervejas melhorou significativamente. Os monges cultivavam os lúpulos nos jardins dos monastérios como remédios com efeitos calmantes – presume-se que foram eles os primeiros a reconhecer este especial papel dos lúpulos no processo cervejeiro. A partir de então, monastérios cervejeiros e líderes da Corte Real passaram a fazer devoção ao seu cultivo. Com o desenvolvimento do comércio cervejeiro e, finalmente, com a promulgação da Lei de Pureza em 1516 – que determinou o lúpulo como ingrediente da cerveja – a produção desta matéria-prima mostrou considerável crescimento.

A planta de lúpulo é nativa das zonas temperadas do norte, incluindo norte da Europa, norte dos Estados Unidos e centro-oeste da Ásia. Os lúpulos selvagens do norte dos Estados Unidos e centro-oeste da Ásia são particularmente variedades muito diferentes, entretanto férteis quando cruzadas com lúpulos europeus.

Em geral, os lúpulos crescem somente entre as latitudes 35º e 55º, tanto no hemisfério norte quanto no hemisfério sul. Requerem relativamente longos períodos de luz do dia durante a temporada de crescimento. Na África do Sul, Zimbabwe e outras áreas mais perto da linha 35° de latitude do Equador, luzes artificiais são usadas para estender o período de luminosidade. Os lúpulos também requerem um período frio de dormência a cada ano. Acima de tudo, as condições de clima e solo naturalmente favoráveis contribuem para a qualidade dos lúpulos. 

Na Alemanha, por exemplo, os lúpulos crescem nas regiões de Tettnang, Elbe-Saale, Baden-Bitburg, Spalt e Hallertau. A região de Hallertau especialmente é a que abriga a maior área plantada de lúpulo no mundo. 

No mundo moderno, cervejeiros e agricultores encontraram maneiras de manipular o lúpulo, dentre variedades de amargor e de aroma, através de seleção e cruzamento, peletização, extração e isomerização para oferecer apenas as características desejáveis à cerveja. Atualmente mais de 95% dos lúpulos no mundo são usados na forma de produtos beneficiados do seu estado natural em flor para as formas de pellets e extratos, e a principal razão para isso é a de concentrar ácidos amargos e óleos essenciais existentes na flor, otimizando assim questões importantes como logística e custo de transporte.

Constantemente novas variedades são desenvolvidas em centros de pesquisa espalhados por todo o mundo com o objetivo de atender às demandas vindas dos agricultores – que esperam por variações resistentes às pestes e doenças, e uniformes em qualidade e nível de produtividade – e, por outro lado, dos cervejeiros – que também anseiam uniformidade para assim melhor dominar a qualidade das cervejas elaboradas, garantindo finos aromas e amargor.

No processo cervejeiro, os lúpulos normalmente são dosados no mosto em ebulição, ou ainda, na forma de ácidos amargos isomerizados que são adicionados em pontos posteriores do processo como, por exemplo, durante a filtração da cerveja.

Muitas pessoas dizem rejeitar as cervejas ‘muito amargas’. Agem assim muitas vezes por falta de informação no consumo da bebida. O amargor, muito pelo contrário, não é uma característica sensorial a ser evitada. O ideal para o apreciador de cervejas é quando esta instintiva rejeição ao amargor se deixa substituir pelo prazer. É o sinal do amadurecimento do paladar. 

Lúpulos em cena 

India Pale Ale (IPA), Ordinary Bitter, Extra Special Bitter (ESB) são alguns dos estilos de cerveja que têm o amargor como protagonista, além de coadjuvantes aromáticos herbais, florais, cítricos, frutados e condimentados, herdados das diferentes variedades de lúpulo.

Vale ainda dar destaque ao que poderia ser chamado de “a nova moda cervejeira americana”. Nos últimos 30 anos, cervejeiros americanos têm produzido excelentes versões dos clássicos estilos do Velho Mundo, como Pilsen, Porter, Stout, Pale Ale e India Pale Ale (IPA). Com este último estilo em particular, fugindo da tradicional receita, surgem novidades em variações Double IPA e Triple IPA ou simplesmente Extreme IPA.

Imagine as características já marcantes de amargor e aromas de lúpulo de uma tradicional IPA colocadas ao extremo. Para conduzir uma receita com maiores quantidades de lúpulo, estas cervejas precisam de estrutura robusta apresentando intensas notas herdadas do malte, como doçura, caramelo e chocolate, e força alcoólica. Variam entre 7,5% e 20% de álcool, e não são cervejas para serem apreciadas em volume. As melhores versões, nas quais todos os elementos estão em equilíbrio, são altamente prazerosas e elegantes.

As microcervejarias do noroeste dos Estados Unidos têm se tornado o paraíso dos amantes de lúpulo e das aventuras cervejeiras. As versões Extreme IPA ainda não são encontradas no Brasil, mesmo assim vale a indicação caso este cenário mude em breve – 90 Minute Imperial IPA (9,0%, da Dogfish Head) e IPA Maximus (7,5%, da Lagunitas).

REGIOES & VARIEDADES

As influências de terroir nas cervejas vêm, sobretudo, desta matéria-prima. Atualmente são mais de 60 variedades de lúpulo cultivadas em diferentes regiões de clima temperado, em países como África do Sul, Alemanha, Estados Unidos, Nova Zelândia, Reino Unido, República Tcheca, França, dentre outros.

Algumas variedades são bastante populares sendo massivamente utilizadas por cervejarias em todo mundo, como as americanas Sterling e Cascade, as alemãs Hallertauer Taurus e Hallertau Tradition, e a tcheca Saazer. Outras variedades são muito famosas e admiradas por cervejeiros: as inglesas Fuggle e Goldings. E ainda algumas variedades mais recentemente desenvolvidas são particularmente valorizadas pelos cervejeiros que desejam instigar os paladares de connoisseurs de cerveja – como exemplos as americanas Crystal e East Kent Golding, a inglesa Bramling Cross e a neolandesa Nelson Sauvin.

(países que cultivam o lupulo )

Africa do Sul, AlemanhaEstados UnidosNova ZelndiaReino Unido
Repblica Tcheca  e o
utros pases da Europa

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